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Aumento de incêndios e início da estiagem acendem alerta para queimadas em Goiás e Minas Gerais

11 de julho de 2021

O período de estiagem já começou e, novamente, acende um sinal de alerta para o aumento das queimadas nos estados de Goiás e Minas Gerais, divisa onde está localizada a Usina Hidrelétrica (UHE) São Simão. Dados atualizados do Corpo de Bombeiros de Goiás indicam um aumento de 28% nas ocorrências envolvendo incêndios florestais em todo o Estado entre janeiro e maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020. Em Minas Gerais não foi diferente, com quase 6 mil registros em 2021 pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

Como parte das ações permanentes de preservação e da segurança nas imediações da usina, a SPIC Brasil, empresa responsável pela operação da UHE, inicia uma campanha de conscientização como alerta para as graves consequências das queimadas.

“Infelizmente, ano a ano percebemos um aumento nos casos de queimadas acidentais e criminosas na região. Diante da previsão de uma das piores estiagens dos últimos 90 anos, é urgente que todos se conscientizem para a necessidade de se mudar hábitos perigosos e se engajem com a campanha”, alerta Paulo Trípode, Gerente de Operações Hidrelétricas da SPIC Brasil. Ao longo dos próximos meses, a SPIC disseminará uma série de informações educativas, de prevenção e conscientização sobre as queimadas.

O tema é cada vez mais urgente, segundo apontam os dados mais recentes. A estiagem está no início e, até meados de junho, já tinham sido registrados 2.060 ocorrências de incêndios florestais em Goiás. Apenas no mês de maio, foram 818 registros pelo Corpo de Bombeiros de Goiás, enquanto no mesmo mês em 2020 foram contabilizados 583 casos. Ao todo, a corporação combateu mais de 10.300 incêndios florestais no último ano.

Em Minas Gerais, o CBMMG divulgou que o último mês de maio também registrou o maior número de ocorrências de combate a incêndios, com 2.661. Em relação à média histórica, apesar da redução no número de atendimentos referentes às naturezas de incêndio em Unidade de Conservação (-34%), houve um aumento expressivo entre 2019 e 2020 de atendimentos de combate a incêndios referentes à Produção Agrícola/Pasto (+103%) e incêndios em área rural não protegida (+106%).

O recém-criado Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu um alerta de emergência hídrica para os estados que compõe a bacia do rio Paraná (Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná). Isso significa que, com a redução das chuvas na região, tem-se a diminuição da umidade relativa do ar que, consequentemente, favorece o aumento da incidência de queimadas e incêndios florestais, bem como aumento de doenças respiratórias.

“As consequências mais graves das queimadas indiscriminadas são a piora da qualidade do ar, o aumento dos problemas respiratórios, além da agressão à fauna e flora existentes. Mais do que nunca, precisamos da colaboração de todos para proteger o ecossistema e a nossa saúde. É uma situação que exige união, especialmente num ano em que o nosso sistema de saúde já está sobrecarregado devido a pandemia da COVID-19. Devemos estar muito atentos e denunciar qualquer irregularidade”, aponta Paulo Trípode.

Monitoramento é de todos

Provocar incêndio ambiental é crime, cuja gravidade pode levar a detenção de até quatro anos, além de multa. Caso o cidadão aviste um foco de incêndio, deve imediatamente ligar para os telefones de emergência: 193 (Bombeiros) ou 190 (Polícia Militar).

Dicas de como evitar o risco de queimadas

  • Nunca atear fogo em área de vegetação ou desmatada sem a autorização e supervisão do órgão ambiental;
  • Manter sempre aceiradas as propriedades rurais e sua comunidade em alerta para qualquer foco de queimada;
  • Manter terrenos limpos na zona urbana, com pouca ou nenhuma vegetação;
  • Não usar o fogo como forma limpeza, ao queimar lixo, folhagens, galhadas e entulhos, principalmente se for próximo de áreas de vegetação. Procure destinar esse material para o local certo, de acordo com a política sanitária de seu município.
  • Nunca jogar “bituca” de cigarro quando trafegar por rodovias ou estradas, pois a vegetação seca pega fogo com muita facilidade no período de estiagem. A fumaça ainda prejudica a visibilidade dos motoristas, o que aumenta o risco de acidentes.
  • Em acampamentos, muito cuidado ao acender fogueiras, velas, lamparinas e lampiões. Prefira fazê-lo em local limpo e sem nenhuma vegetação em volta, além de fora da área de preservação ambiental. Lembre-se de verificar se as fogueiras estão totalmente apagadas antes de deixar o local, pois fogueiras em brasa podem ser reativadas com o vento.
  • Não soltar balões. A prática é muito perigosa ao meio ambiente, além de configurar crime, conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98).

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