Desafio
- O mexilhão-dourado está entre as três espécies que disputam o título de invasor mais prejudicial aos ambientes brasileiros, segundo o Ministério do Meio Ambiente
- Chegou à América do Sul na década de 1990, por meio do estuário do Rio da Prata, na água de lastro de navios cargueiros
- No Brasil, está presente em 38% das UHEs, cuja potência instalada combinadas representa 55% do total dessa fonte na matriz elétrica nacional
- O molusco atinge densidades de até 200.000 indivíduos/m², promovendo o bloqueio de grades, tubulações e trocadores de calor de UHEs
- Estimam-se prejuízos anuais de US$ 120 milhões.
Estudo de modificação genética
A CTG Brasil iniciou em 2017, por meio do Programa de P&D Aneel, o desenvolvimento de uma estratégia biotecnológica radicalmente diferente e definitiva – usar técnicas de biologia sintética para alterar a informação genética contida no genoma do mexilhão invasor para impossibilitar sua capacidade reprodutiva.
O resultado esperado é um mexilhão dourado geneticamente modificado (GM) que, ao se reproduzir com mexilhões selvagens em reservatórios de UHEs, transmitirá de forma acelerada a infertilidade para as próximas gerações, colapsando as populações da espécie.
Essa rota tecnológica de longo prazo é análoga àquela adotada com sucesso por outros cientistas para criar mosquitos geneticamente modificados para combate à Dengue, Zika e Malária.
Etapas – geral
O projeto está na fase III de um programa com desenvolvimentos sequenciados e paralelos, cujo objetivo é desenvolver organismo geneticamente modificado que, ao se reproduzir com indivíduos selvagens, transmitirá, de forma acelerada, infertilidade para as próximas gerações.
Fase III
SWP1: biologia sintética
- Reprodução e implementação de processos moleculares/celulares
- Mexilhões geneticamente modificados com o alelo CRISPR-Cas9 e demonstração de haploinsuficiência do gene – alvo
- Construção do protótipo de laboratório de mesocosmos
SWP2: identificação da severidade da infestação
- Identificação de métodos para definir severidade da infestação;
- Seleção e validação de método de pesquisa.
SWP3: modelagem ecológica
- Desenvolvimento de modelo ecológico de dinâmica populacional e herança supermendeliana;
- Design, construção e teste biotério aquático em cultivo de mexilhão.
SWP4: bloqueio da aderência
- Identificação e caracterização de genes de adesão
- Identificação de genes – alvo
- Validação molecular e do fenótipo dos genes – alvo
Valor: R$ 1.985.205,51
Programa de P&D ANEEL
Parceiras: CTG Brasil, Tijoá
Executora: Bio Bureau e Hubz
Duração: 36 meses
Confira o vídeo explicativo:
Confira alguns dos impactos causados pelo mexilhão-dourado, tanto nos máquinários da UHE São Simão, quanto no meio ambiente:
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