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Mexilhão-dourado

11 de abril de 2021

Desafio

  • O mexilhão-dourado está entre as três espécies que disputam o título de invasor mais prejudicial aos ambientes brasileiros, segundo o Ministério do Meio Ambiente
  • Chegou à América do Sul na década de 1990, por meio do estuário do Rio da Prata, na água de lastro de navios cargueiros
  • No Brasil, está presente em 38% das UHEs, cuja potência instalada combinadas representa 55% do total dessa fonte na matriz elétrica nacional
  • O molusco atinge densidades de até 200.000 indivíduos/m², promovendo o bloqueio de grades, tubulações e trocadores de calor de UHEs
  • Estimam-se prejuízos anuais de US$ 120 milhões.

 

Estudo de modificação genética

A CTG Brasil iniciou em 2017, por meio do Programa de P&D Aneel, o desenvolvimento de uma estratégia biotecnológica radicalmente diferente e definitiva – usar técnicas de biologia sintética para alterar a informação genética contida no genoma do mexilhão invasor para impossibilitar sua capacidade reprodutiva.

O resultado esperado é um mexilhão dourado geneticamente modificado (GM) que, ao se reproduzir com mexilhões selvagens em reservatórios de UHEs, transmitirá de forma acelerada a infertilidade para as próximas gerações, colapsando as populações da espécie.

Essa rota tecnológica de longo prazo é análoga àquela adotada com sucesso por outros cientistas para criar mosquitos geneticamente modificados para combate à Dengue, Zika e Malária.

Etapas – geral

O projeto está na fase III de um programa com desenvolvimentos sequenciados e paralelos, cujo objetivo é desenvolver organismo geneticamente modificado que, ao se reproduzir com indivíduos selvagens, transmitirá, de forma acelerada, infertilidade para as próximas gerações.

Fase III

SWP1: biologia sintética

  • Reprodução e implementação de processos moleculares/celulares
  • Mexilhões geneticamente modificados com o alelo CRISPR-Cas9 e demonstração de haploinsuficiência do gene – alvo
  • Construção do protótipo de laboratório de mesocosmos

SWP2: identificação da severidade da infestação

  • Identificação de métodos para definir severidade da infestação;
  • Seleção e validação de método de pesquisa.

SWP3: modelagem ecológica

  • Desenvolvimento de modelo ecológico de dinâmica populacional e herança supermendeliana;
  • Design, construção e teste biotério aquático em cultivo de mexilhão.

SWP4: bloqueio da aderência

  • Identificação e caracterização de genes de adesão
  • Identificação de genes – alvo
  • Validação molecular e do fenótipo dos genes – alvo

Valor: R$ 1.985.205,51

Programa de P&D ANEEL

Parceiras: CTG Brasil, Tijoá

Executora: Bio Bureau e Hubz

Duração: 36 meses

Confira o vídeo explicativo:

 

Confira alguns dos impactos causados pelo mexilhão-dourado, tanto nos máquinários da UHE São Simão, quanto no meio ambiente:

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