ARTIGOS

O desafio da energia limpa

30 de junho de 2022

*Por Roberto Monteiro

O setor elétrico tem um papel fundamental na descarbonização da economia, tanto por demanda da sociedade quanto por questões do próprio modelo energético, que vem sendo aperfeiçoado na medida do avanço tecnológico.

Para alcançar a economia de baixa emissão de carbono, a fim de barrar o aquecimento global, as empresas do setor contribuem especialmente investindo em novas formas de geração e armazenamento de energia. Nos acostumando a ver – praticamente todos os dias -, anúncios de companhias investindo em novas fontes renováveis, como parques eólicos e plantas solares, além de se lançarem em projetos de médio prazo na direção de novas fronteiras produtivas, a exemplo das fazendas eólicas em alto-mar.

Pesquisas estão sendo feitas para trazer novos produtos, como o Hidrogênio Verde, combustível produzido através de fontes energéticas sustentáveis. Tecnologias novas como essa têm o poder de acelerar a integração das empresas geradoras de energia com aquelas de outros setores.

Toda e qualquer cadeia produtiva é responsável pela descarbonização da economia e, em última instância, pelo próprio planeta. Podemos falar aqui do setor de transportes, de iluminação, das indústrias e da agricultura. A troca da matriz energética desses setores é uma forma de eles alcançarem esse objetivo da economia de baixo impacto ambiental e, para o segmento de geração, o desafio é oferecer energia limpa e de baixo custo.

Toda essa mobilização também instiga o setor público a criar arcabouços regulatórios, tão necessários para o ordenamento em favor da sociedade. Um exemplo de como o mercado demanda ações governamentais foi a edição, em maio, do decreto presidencial que estabeleceu as bases para a criação do aguardado mercado regulado de carbono no Brasil.

Apesar da boa notícia, que cria no país as bases para o cumprimento dos compromissos em neutralidade de CO2, falta o Congresso Nacional regulamentar esse novo mercado de compra e venda de títulos de carbono: quem polui pode emitir créditos para financiar projetos que reduzam o CO2 no ar para descarbonizar a terra, depósito natural da molécula de carbono. O projeto de lei ainda tramita no parlamento e, quando aprovado, vai garantir a segurança jurídica dos contratos.

É claro que as iniciativas do setor de geração de energia não são feitas apenas por boa vontade. A sociedade, como eu disse logo no início, exige essa evolução. Tanto é verdade que são as empresas de capital aberto que apresentam os maiores esforços, os melhores resultados e publicam os mais completos relatórios sobre seus esforços relativos à sustentabilidade de seus negócios.

São essas empresas, com capital em Bolsa, que estão mais expostas à análise pública. O acionista e o consumidor exigem cada vez mais, mesmo que, muitas vezes, esse movimento não seja tão cadenciado. Nos últimos meses vimos abalos na imagem de ativos ligados a metas ambientais, sociais e de governança (ESG), por investimentos de fachada, que tem até um nome para isso, o greenwashing.

Os percalços fazem parte do aprendizado e por isso é importante tomar a frente, mesmo em períodos tempestuosos. A SPIC Brasil incorpora esses desafios na promoção das melhores práticas em sua cultura e se coloca como uma empresa que também quer ser exemplo e incentivadora de uma agenda de sustentabilidade e governança, aspectos essenciais para a transição de baixo carbono.

Esse objetivo da descarbonização da economia vem também da origem de nosso capital: a China já reduziu em 40% a emissão de partículas nocivas de 2013 a 2020, segundo o Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago.

Para aqueles que querem conhecer um pouco mais desse trabalho, sugiro a leitura de nosso Relatório de Sustentabilidade, elaborado seguindo os princípios da companhia de respeito à diversidade e cuidado com a comunidade, construído de maneira genuína para traduzir a cultura da empresa e levar seus princípios de potencializar a energia do Brasil. É a quarta edição do documento e a primeira seguindo as normas internacionais GRI (sigla em inglês para Global Reporting Initiative), opção essencial. O material detalha avanços e caminhos para promover a transição energética e as prioridades da estratégia de sustentabilidade da SPIC Brasil.

Todos os avanços ao longo do último ano levaram à inclusão da SPIC Brasil pela S&P em relatório de empresas de destaque em ESG. Ainda em 2021, foi iniciado o processo de levantamento de emissões de gases do efeito estufa (GEE) em todas as operações, visando à neutralização de gases. A partir dessa ação, será produzido um inventário, o primeiro passo para identificar e definir metas para compensar todas as emissões até 2030.

É essa soma de propósitos, talentos e capacidade de inovação que impulsiona e transforma nossa realidade para melhor e nos move rumo ao desafio de energia limpa e acessível para todos.

*Com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa, planejamento estratégico e desenvolvimento de negócios, Roberto Monteiro acumula passagens em grandes empresas do setor de energia, papel e celulose e consultoria. Atualmente Roberto é mestrando em Administração de Empresas na EAESP-FGV e possui MBA pela Fundação Instituto de Administração (FIA) e pós-graduação em Tópicos Avançados em Decisões Financeiras e Políticas Corporativas pela Universidade de La Verne (EUA). Atualmente é diretor de Comunicação e Relações Institucionais da SPIC Brasil.

 

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