“Mãos que Criam na Quarentena” usa ferramentas online para as mulheres que produzem artesanato em Mataraca, na Paraíba, com o objetivo de ampliar o desenvolvimento local.
O projeto “Mãos que Criam”, criado pela SPIC Brasil para incentivar o engajamento comunitário na produção de artesanato por um grupo de 20 mulheres de Barra do Camaratuba, em Mataraca (PB), arranjou uma alternativa para respeitar a pandemia sem deixar de lado a programação das oficinas. As atividades virtuais deram origem ao “Mãos que Criam na Quarentena”, dando continuidade nas capacitações técnicas planejadas com o objetivo a ajudá-las na construção de uma nova mentalidade sobre si mesmas e sobre a atuação dessas mulheres na sociedade.
Para Maria da Guia, moradora local que participa do projeto, é uma satisfação muito grande poder ajudar a comunidade com o que ela está produzindo. “Vai desde a produção de máscaras, roupas e acessórios para cabelos, até alimentos e mudas de hortaliças. “Estou muito realizada e faço questão de poder ajudar. Minha meta agora é a criação de uma horta comunitária”, enfatiza Maria da Guia, que preferiu doar suas peças neste momento, ao invés de vendê-las.
O objetivo principal no atual cenário é disseminar um conteúdo que dialogue com os temas centrais planejados, promovendo o aprendizado e ampliando as formas de ação neste período de pandemia. “Dessa forma, acreditamos que as mulheres não perderão o vínculo com o projeto e a companhia continuará no seu propósito de apoiar as necessidades locais da população do entorno investindo em educação e em projetos de desenvolvimento sustentável”, afirma Jainara Carvalho, Gerente de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade na SPIC Brasil.
Como idealizadora dos desafios online, ela pretende dar continuidade ao trabalho por meio de temas como Saúde Mental, Produção de Artesanato, Culinária e Recreação Infantil.
O PROJETO – O “Mãos que Criam” foi pensado para promover a emancipação feminina e o desenvolvimento local na comunidade de Barra do Camaratuba em Mataraca na Paraíba, onde estão localizados os Parques Eólicos Vale dos Ventos e Millennium, da SPIC Brasil. As mulheres que fazem parte do grupo têm perfis heterogêneo, incluindo pedagogas, antropólogas, donas de casa, artesãs, cozinheiras e costureiras, fator compreendido como uma possibilidade de transformação socioeconômica para a sua realidade.
As oficinas abordam tema diversos como: direitos sexuais e reprodutivos; agricultura familiar; intercâmbios com outros grupos de mulheres para trocas de boas práticas; mulheres organizadas e a importância da união; combate à violência doméstica; economia solidária; união e construção coletiva; culinária e sustentabilidade; design e confecção de produto (foco no artesanato local); empreendedorismo feminino; noções básicas de gestão de negócio; e marketing digital.
Ao longo de quatro anos de fomento do “Mãos que Criam”, as artesãs conquistaram sua própria loja de artesanato, chamada “Tapera”, onde vendem roupas, tapeçarias e demais peças com foco nos turistas que visitam Barra do Camaratuba.
O grupo estabeleceu junto com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) um projeto social local que capacitou 15 mulheres em gestão de pequenos negócios e empreendedorismo local. Após as capacitações, algumas já vivem do seu trabalho como artesãs ou cozinheiras, tendo um incremento na renda pessoal.
Entre outras conquistas, o grupo obteve a Carteira Nacional do Artesão e do Trabalhador Manual, viabilizada pelo Governo do Estado da Paraíba. Além disso, participaram como expositoras, pela primeira vez, do Salão do Artesanato durante o “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande em 2019. Estiveram em feiras de artesanato em João Pessoa e assumiram a gestão da Sala do Artesão no Centro Turístico de Barra do Camaratuba, sendo um grande reconhecimento da Prefeitura de Mataraca.
Mataraca, agosto de 2020
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